quarta-feira, 12 de março de 2014

Resenha: Cinzas do Norte



Autor: Milton Hatoum Edição: 1 Editora: Companhia das Letras Ano: 2005 Páginas: 312
Sinopse: Cinzas do Norte , terceiro romance de Milton Hatoum, é o relato de uma longa revolta e do esforço de compreendê-la. Na Manaus dos anos 50 e 60, dois meninos travam uma amizade que atravessará toda a vida. De um lado, Olavo, de apelido Lavo, o narrador, menino órfão, criado por dois tios mal-e-mal remediados, que cresce à sombra da família Mattoso; de outro, Raimundo Mattoso, ou Mundo, filho de Alícia, mãe jovem e mercurial, e do aristocrático Trajano. No centro das ambições de Trajano está a Vila Amazônia, palacete junto a Parintins, sede de uma plantação de juta e pesadelo máximo de Mundo. A fim de realizar suas inclinações artísticas, ou quem sabe para investigar suas angústias mais profundas, o jovem engalfinha-se numa luta contra o pai, a província, a moral dominante e, para culminar, os militares que tomam o poder em 1964 e dão início à vertiginosa destruição de Manaus. Nessa luta que se transforma em fuga rebelde, o rapaz amplia o universo romanesco, que alcança a Berlim e a Londres irrequietas da década de 1970, de onde manda sinais de vida para o amigo Lavo, agora advogado, mas ainda preso à cidade natal. Outros fios completam o tecido ficcional de Cinzas do Norte - uma carta que o tio Ranulfo envia a Mundo, uma outra que este deixa como legado para o amigo de infância. São versões e revelações que se cruzam ou desencontram, sem jamais chegar a esgotar o enigma de uma vida singular ou a diminuir a dor da derrota final, às mãos da doença, da solidão e da violência.

Resenha:

Romando leite e fazendo uma resumo pra faculdade sobre o livro "Revolução dos Bichos", que já foi postado no blog.

Cinzas do Norte ganhou o jabuti de ficção em 2006, e isso me chamou a atenção ao folhear o livro, que por sinal é emprestado de uma colega de trabalho. O livro conta a saga de Mundo que é um artista, todos sabem...menos o pai Jano que não aceita o talento do filho, ele quer que o filho tome conta dos negócios da família, o extrativismo, muito comum na região norte no século XX. Por outro lado tem a história do Tio Ran, que tem um caso com a mãe de Mundo, Alícia, que é alcoólatra e viciada em jogos de azar. Mundo é um personagem bem peculiar, ele é revolucionário, enfrenta o pai, quer pintar e ser melhor que o seu mestre Arena. A história é narrada pelo melhor amigo de Mundo, um órfão que vive com sua tia Ramira, costureira e o tio Ran.

A história é longo, com cada reviravolta, contando o inicio e o fim de uma vida, e como essa vida afeta outras pessoas quando está vivo e depois de morto. Um livro lindo,peculiar, não tinha lido nenhum romance ambientado no Norte, com suas culturas e espaços geográficos lindos e bem descritos. Embora a maestria esteja nos personagens e na narrativa, que mescla passado e presente, linda, arcaica...literária. Um livro que no início sem pretensão , mas ao termina-lo um livro ímpar.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Resenha: Toda Poesia


Autor: Paulo Leminski Edição: 1 Editora: Companhia das Letras Ano: 2013 Páginas: 424
Sinopse: Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes onstruções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Ao conciliar a rigidez da construção formal e o mais genuíno coloquialismo, o autor praticou ao longo de sua vida um jogo de gato e rato com leitores e críticos. Se por um lado tinha pleno conhecimento do que se produzira de melhor na poesia - do Ocidente e do Oriente -, por outro parecia comprazer-se em mostrar um “à vontade” que não raro beirava o improviso, dando um nó na cabeça dos mais conservadores. Pura artimanha de um poeta consciente e dotado das melhores ferramentas para escrever versos. Entre sua estreia na poesia, em 1976, e sua morte, em 1989, a poucos meses de completar 45 anos, Leminski iria ocupar uma zona fronteiriça única na poesia contemporânea brasileira, pela qual transitariam, de forma legítima ou como contrabando, o erudito e o pop, o ultraconcentrado e a matéria mais prosaica. Não à toa, um dos títulos mais felizes de sua bibliografia é Caprichos & relaxos: uma fórmula e um programa poético encapsulados com maestria. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia. Livros hoje clássicos como Distraídos venceremos e La vie en close, além de raridades como Quarenta clics em Curitiba e versos já fora de catálogo estão agora novamente à disposição dos leitores, com inédito apuro editorial. O haikai, a poesia concreta, o poema-piada oswaldiano, o slogan e a canção - nada parece ter escapado ao “samurai malandro”, que demonstra, com beleza e vigor, por que tem sido um dos poetas brasileiros mais lidos e celebrados das últimas décadas. Com apresentação da poeta (e sua companheira por duas décadas) Alice Ruiz S, posfácio do crítico e compositor José Miguel Wisnik, e um apêndice que reúne textos de, entre outros, Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés, Toda poesia é uma verdadeira aventura - para a inteligência e a sensibilidade.

Resenha: 

Paulo Leminski.

Esse é o primeiro livro de poesia que leio, e o que me chamou a atenção, além da  acapa laranja, foi em figurar a lista dos mais vendidos da Veja. O livro é uma coletânea de livros de poesias de Leminki, o povo brasileiro me surpreendeu!

O livro é bem trabalhado e fica claro o jeito peculiar de Paulo em escrever suas poesias, breves, claras e contendo alusões e comparação sobre a natureza ou sobre sua musa inspiradora, a sociedade e o cotidiano...grandes fatos são descritos por ele.

Eu, honestamente, não sou grande fã de poesia e poema. Esse foi um livro atípico, que me chamou a atenção logo quando foi anunciado no facebook da Companhia das Letras. Gostei do livro, mas não a ponto de marcar 5 estrelas e favorito no skoob. Por uma primeira leitura, deu pra curtir e pesquisar para ler mais poesias.